HAHA_EB-01_1

Escola Básica n.º36

Cliente
CM Lisboa
Localização
Lisboa, Portugal
Estado
Em construção, 2019
Área
6.100 m2
A Escola EB1 nº 36 foi projetada em 1972, a sua construção iniciada em 1974, interrompida em 1975 e retomada em 1982, tendo sido inaugurada em 1984. O projeto foi assinado pelo arquiteto Fernando Gomes da Silva, sendo no entanto o seu autor o arquiteto Raul Ceregeiro. Localiza-se nos Olivais em Lisboa e encontra-se implantada numa vertente virada a nascente, organizada em 4 patamares, sendo que o patamar inferior não está actualmente em uso.
A escola insere-se no modelo de ensino desenvolvido por Maria Montessori (1870 – 1952) – o Método Montessori é caraterizado por um ênfase na independência, liberdade com limites e respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da criança. A sua materialização arquitetónica teve como influência as experiências similares realizadas no Reino Unido e Suécia.
O projecto de requalificação dos espaços exteriores da escola pretende exponenciar as qualidades inatas do recreio actual, respeitando os princípios que presidiram à sua concepção original, aumentando simultaneamente as possibilidades de vivência do espaço. Com estes princípios em mente, mantiveram-se os anfiteatros originais e vocacionou-se cada um dos patamares existentes a vários tipos de ocupação: O patamar com menor proporção de área dura – o primeiro – alojará um campo de jogos, vários elementos lúdicos e de estadia e o arranque dos escorregas do primeiro anfiteatro; O 2º patamar manter-se-á com maior área de pavimento duro livre de obstáculos.
Já a antiga caixa de areão, atual horta, será revestida por uma camada substancial de estilha que acomodará um conjunto de equipamentos lúdicos que promovam a destreza física e lógica dos alunos; O 3ª patamar manterá a preponderância do anfiteatro dedicado a atuações e ao jogo regrado, e na área associada ao jardim infantil, que passará a ocupar as salas da fachada Este, estão previstos equipamentos adaptados à faixa etária correspondente.
A proposta prevê ainda a devolução do 4º patamar à área de recreio escolar, albergando a horta em talhões altos e uma pista de atletismo, sendo que a sua ocupação pode ser regressível caso haja a necessidade de vir a ocupar a área com futuras instalações, nomeadamente com o jardim infantil.
Concebeu-se uma estrutura espacial que permite, em cada um dos patamares, a presença de diversas texturas entre pavimentos mais sólidos, desagraveis, zonas de revestimento mais maleável (estilha de pinho) e áreas de terreno natural descoberto que permitirão um maior contacto das crianças com os ciclos da terra. A vegetação também terá um papel preponderante no que se refere à presença de diferentes texturas e ao contacto mais próximo com a Natureza. A sua rusticidade remeterá para o coberto vegetal presente em meios mais naturalizados do país, sendo possível a criação de associações, ativando a sua memória. Adicionalmente, estas apresentam pequenos apontamentos de cor que se alternam consoante a época de floração e de frutificação.
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HAHA_EB-section-02
Arquitectura Paisagista
HAHA Arquitectura Paisagista & Maria Teles Arquitecta Paisagista
Manuel Cordeiro, Nuno Figueiras, Maria Teles, Mariana Andrade
Arquitectura
José Adrião Arquitectos
Engenharias
ARA, Pensamento Sustentável