A proposta para os espaços exteriores do edifício de habitação em Carcavelos procura não apenas responder às necessidades associadas a um edifício de habitação e a uma residência de estudantes, mas também repensar o grande espaço público do interior de quarteirão, conformado pelo conjunto edificado.
O espaço público existente é definido por duas zonas desconexas e desarticuladas com a malha urbana, que resulta dos aterros gerados pelo conjunto edificado existente. Apesar da importância deste espaço público, tanto pela sua dimensão e exposição como pelo défice de jardins ou parques de dimensão comparável na malha urbana adjacente, a sucessiva programação e implantação desarticulada de equipamentos eliminou o espaço livre necessário para atividades não programadas, essenciais para uma utilização mais abrangente e comunitária do espaço público. Dada a importância deste espaço ao nível urbano e as suas fragilidades, considerou-se que não seria interessante a criação de um terceiro espaço público relacionado apenas com os edifícios propostos mas sim requalificar esta área como um todo.
Foi proposta a criação de um pequeno parque público exposto a sul com um prado livre de grandes dimensões. Uma orla arbórea e arbustiva define os limites do parque, filtra a presença dos edifícios existentes e orienta as vistas para as vinhas, campos agrícolas e bosquetes da Estação Agronómica Nacional – Quinta de Cima-, bem como para o mar.
Deverá ser resposta a topografia suave e côncava do terreno, que ainda pode ser observado na vinha mais a sul. No ponto mais baixo do parque, será modelada uma ligeira depressão no prado de forma a criar uma bacia de retenção das águas da chuva.
O sistema de caminhos propostos está articulado com azinhaga a Norte, que liga ao Arneiro, bem como com a azinhaga a Sul, que liga à Av. da República passando pela Escola Conde de Oeiras. Atravessamentos transversais permitem manter as ligações existentes.