HAHA_PUCB-IMGB

Parque Cruz do Montalvão

Cliente
CM Castelo Branco
Localização
Castelo Branco, Portugal
Estado
Concurso, 2016
Área
21 ha
A Zona de Intervencão faz parte de um sistema territorial amplo que estabelece entre as suas distintas partes relações dinâmicas não estanques. Nas últimas décadas — com o alastramento do tecido urbano em direção aos terrenos agrícolas envolventes — surgiu a necessidade de criar um sistema viário que servisse os novos bairros de habitação, as superfícies comerciais e as zonas industriais.
Com o Parque Urbano de Castelo Branco já construído e a construção do novo Parque Urbano da Cruz do Montalvão surge a possibilidade de reintroduzir uma continuidade nos sistemas naturais e a criação de percursos pedonais entre os vários Parques, transformando-o num só.
Neste sentido, propõe-se a construção de um viaduto com uma passagem inferior à Avenida do Empresário que tire partido das diferenças de nível existente. O viaduto permite a passagem dos percursos pedonais, linhas de água e de drenagem e a continuidade do sistema natural (Flora/Fauna) do Parque, definindo a continuidade entre as duas áreas designadas por Zona Norte e Zona Sul.
A proposta desenvolve-se em torno da interpretação do processo de drenagem natural preexistente no local, atualmente interrompido pela construção de vias comunicantes que delimitam ou atravessam o Parque. A topografia local que gera este sistema hídrico encontra-se intimamente relacionada com as intenções do projeto, resultando no desenho de quatro unidades principais, cuja dimensão e direcção se condicionam conforme a modelação do terreno.
Propõe-se a criação de uma zona arbustiva e arbórea densa em todo o perímetro do novo Parque Urbano da Cruz do Montalvão. Procura-se, com esta zona arbórea, criar uma forte interioridade no Parque e criar um filtro em relação ao sistema de arruamentos viários existentes. A orla arbustiva de um modo claro quatro clareiras de diferentes dimensões ao longo do Parque, possibilitando a diversidade de ambientes e distintas utilizações programáticas.
Dada a extensão do Parque, propõe-se a criação de um ambiente de bosque, formalizado por uma estrutura arbórea e arbustiva de espécies autóctones do Carvalhal da Zona Continental Seca e Quente e outras de reduzida manutenção, facilmente adaptáveis ao clima local. Esta estrutura não só delimita o Parque de forma irregular, criando uma orla independente das vias comunicantes, como cria sub-espaços dentro da área de intervenção, potenciando o seu usufruto. A relação criada entre a topografia local e a vegetação proporciona diversas sensações, provocadas por momentos de abertura e de clausura, de maior e menor intensidade de luz e de menor ou maior amplitude de vistas, que enriquecem a experiência de quem percorre o Parque.
Autoria
HAHA Arquitectura Paisagista & José Adrião Arquitectos