A Avenida Fontes Pereira de Melo (Av. FPM) e o conjunto da malha ortogonal adjacente, fazem parte do plano de extensão da cidade para Norte e Nordeste, aprovado em 1888, da autoria do Engenheiro Ressano Garcia. Este plano, que vai da Rotunda do Marquês de Pombal até ao Campo Grande, organizou o desenvolvimento urbano que gerou a zona da cidade conhecida como “Avenidas Novas”.
O conjunto da Avenida Fontes Pereira de Melo/Avenida da República é um dos eixos estruturantes da circulação automóvel na cidade, constituindo uma importante ligação de entrada e saída de automóveis bem como de distribuição em outras vias. O projecto desenvolvido no âmbito do programa “Uma Praça em Cada Bairro” conduzido pela Câmara Municipal de Lisboa visa a melhoria da qualidade de espaço público; aumento do espaço pedonal e reorganização da rodovia;
privilegiar os meios de deslocação suaves e transportes públicos; promoção da apropriação e fruição dos espaços públicos pela comunidade, incentivando o seu uso colectivo e contribuindo para desenvolver uma cultura de convivência social.
A estratégia promove a utilização dos modos suaves de locomoção em detrimento do automóvel o que levou à reorganização do espaço público – que actualmente representa 17% da área total do canal – dotando a via pública de melhores condições de conforto, amenidade e segurança. A proposta resulta num espaço público contínuo que funciona como charneira e ligação entre a Praça Duque de Saldanha, a nova Praça/Jardim Augusto Monjardino, a Praça José Fontana e o Parque Eduardo VII, desenvolvendo uma solução de compromisso que propõe uma nova hierarquia espacial onde o peão, ciclista e o transporte público ganham preponderância em relação ao transporte individual.
Considerando a forte identidade da Av. Fontes Pereira de Melo – e dos arruamentos incluídos neste intervenção – gerados pelo plano das Avenidas Novas, a proposta preserva os elementos e materialidade característica desta área, recuperando igualmente o caracter de boulevard da avenida através da reintrodução da arborização, não só nas zonas de zonas de estadia – onde esta assume uma função preponderante na amenidade do espaço, mas também ao longo de toda a avenida através dos alinhamentos nos passeios e separador central.